Por Andréia Sadi

O ministro Luiz
Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a "euforia
que tomou os corruptos e seus parceiros” com a publicação pelo site The
Intercept de reportagens produzidas com com base no vazamento de trocas de
mensagens – extraídas de um aplicativo – entre o ex-juiz federal Sérgio Moro e
o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan
Dallagnol.
Ele fez a afirmação
em entrevista ao programa Em Foco com Andréia Sadi, da Globo News.
Para Barroso,
"não há nada a celebrar". "A corrupção existiu e precisa
continuar a ser enfrentada, como vinha sendo. De modo que tenho dificuldade em
entender a euforia que tomou os corruptos e seus parceiros”, declarou.
Segundo as reportagens do The Intercept, quando era juiz
federal e julgava os processos da Lava Jato no Paraná, Moro, atual ministro da
Justiça do governo, orientou ações dos procuradores da República que atuavam na
força-tarefa e cobrou de Dallagnol novas operações.
"A corrupção
existiu, eu até tenho dificuldade de entender um pouco essa euforia que há em
torno disso se houve algo pontualmente errado aqui ou ali", afirmou
Barroso. "Porque todo mundo sabe, no caso da Lava Jato, que as diretorias
da Petrobras foram loteadas entre partidos com metas percentuais de desvios.
Fato demonstrado, tem confissão, devolução de dinheiro, balanço da Petrobras,
tem acordo que a Petrobras teve que fazer nos EUA", disse.
O ministro ainda
acrescentou: “ "A única coisa que se sabe ao certo, até agora, é que as
conversas foram obtidas mediante ação criminosa. E é preciso ter cuidado para
que o crime não compense".

Ministros do STF comentam a divulgação de mensagens
entre Moro e procuradores
Para Barroso, os
fatos ainda estão sendo apurados e, somente ao final, um juiz pode se
manifestar.
“Sou juiz. Os fatos
estão sendo apurados. Juiz fala ao final da apuração – e se tiver que falar,
nos autos, de preferência. E não é hora de formar juízos sobre isso, ainda. Na
vida, o que é certo é certo, o que é errado é errado. Formamos juízo depois da
apuração", declarou.
(CORREÇÃO:
diferentemente da versão inicial deste texto, o ministro não fez, em nenhum
momento, menção ao nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao ser
publicado, o texto dizia que “em relação a casos de corrupção na Petrobras
investigados pela Operação Lava Jato e que levaram à condenação do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de membros do governo do PT e de
dirigentes do partido, o ministro afirmou que a corrupção efetivamente
existiu”. Barroso, no entanto, em nenhum momento de sua declaração fez menção
ao nome do ex-presidente.)
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